Descobrimos que o problema era meu, baixa quantidade ovárica. Caiu-me o mundo

21:00

O blog não é só meu. Nunca foi e não tenciono que seja. Por isso mesmo, depois de muita pesquisa, de falar com muita gente, de entrar em muitas casas, corações e histórias, partilho convosco uma série de entrevistas feitas a outras mulheres. Com diversas temáticas, tentei ir de encontro às menos faladas. Como é ser mãe e pai? Como se lida com um aborto? Como se vive a infertilidade? O espaço é nosso... e é no nosso espaço que estas emoções virão à flor da pele.


Tem 36 anos, os sonhos de hoje são os mesmos de quando já tinha 18.

Desde que casou, o desejo de ser mãe falou ainda mais alto. Com o passar do tempo passou a
ser um sonho dos dois.

Em 2014 por iniciativa própria, deixou de tomar todo o tipo de método contracetivo devido a
problemas que teve com a menstruação.
Os primeiros dois anos acharam que estava tudo normal e o impedimento era o facto de ter
tomado a pílula durante muito tempo. Entretanto a vida pregou-lhes uma rasteira e ela teve
problemas de coração e chegou a ter de tirar um miona.

Afirmam que foram 4 anos muito difíceis mas nunca com o sonho esquecido. Depois de
passarem um momento menos bom e já estarem estabilizados, acharam que 2018 era o ANO.
Depois de tantas conversas, tentativas, momentos a dois mas a pensar como seria a três
acharam por bem não lutar sozinhos e procuraram ajuda.

Mudaram de ginecologista a quem contaram todo o percurso e história que os unia e a mesma
mandou-os logo fazer exames para ver o que realmente se passava.

“Descobrimos que o problema era meu, baixa quantidade ovárica. Caiu-me o mundo!”

Diz ainda que desesperou por completo mas quem lhe segurou foi o marido.

“Estava difícil de nos primeiros tempos lidar comigo”.

Dos dois, ele foi sempre o mais positivo e o que tentou desdramatizar todos os problemas. Ela
não se limitou pela explicação da médica e está constantemente a ler sobre o assunto.
“É com ele que desabafo, que choro, que rio…”
O que lhe custa mais estando ainda a lutar pelo sonho é ouvir alguém que lhe é próximo dizer
que está gravida. Este assunto é algo que lhe é difícil digerir e são poucas as pessoas que
sabem em seu redor. Nunca contaram à família e preferem que a situação assim continue. O
marido sempre a respeitou o facto de nunca ter contado aos pais do mesmo “não tenho uma
boa relação com eles”.

Atualmente recorre a três amigas que lhe são muito próximas para desabafar e aos pais
porque o marido insistiu que assim fosse.

Até ao momento ainda não fez qualquer tipo de tratamento a não ser medicação como ácidos
fólicos e vitaminas. Acredita que a esperança é a última a morrer e até acreditarem que existe
esperança vão lutar “venham os tratamentos, as injeções, a má disposição”.

No entanto, para ela tudo tem um fim e está disposta a tentar no máximo três vezes após
recorrer aos tratamentos.

A infertilidade nunca foi um problema que abalou o casal, muito pelo contrário, ainda os uniu
mais. O facto de não poderem ter filhos (para já) não afetou em nada o relacionamento
porque conseguem na mesma ser felizes a dois e conseguem juntos ultrapassar todos os
problemas que se avizinham.

Até acreditarem que é possível, juntos vão lutar pelo mesmo sonho e pelo crescimento da
família e do amor que tanto os une.

Balões, Céu, Amor, Azul, Romance, Balão, Relação, Hélio

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