historias de garra #2

09:41

Amar fora da barriga e dentro do coração...
Há nove meses tive o meu primeiro filho, o Pedro. O meu coração aumentou, sempre foi um sonho meu ser mãe. Por vezes tenho medo deste amor, que é tão grande que ás vezes sufoca, que por vezes dou por mim a controlar-me para não o controlar tanto no que diz respeito à demasiada proteção que sinto com ele. Obrigo-me a deixá-lo descobrir o mundo, apalpar tudo com aquelas mãozinhas tão pequeninas.
Há quatro meses fui mãe pela segunda vez. Não veio de mim, mas é como se tivesse vindo. Há quatro meses tive a felicidade de receber na minha vida, na nossa família, a Joana, filha do meu marido.A Joana tem 4 anos e vivências difíceis. Foi raptada pela mãe quando tinha um ano e poucos meses, desde aí o meu marido foi privado de contacto com ela. Durante estes anos, em que as lutas foram muitas, o sofrimento do meu marido não tinha fim e as batalhas em tribunal pareciam não acabar, veio a confirmar-se o que mais temiamos. A Joana estava a ser vítima de maus tratos. Não preciso de dizer mais nada, pois não?!
Maus tratos numa criança podem ser muitos, desde aos físicos como psicologicos. A Joana sofreu os dois. São episódios que se refletem, ainda, no nosso dia-a-dia. Mas também que têm vindo a desaparecer, talvez por agora ser uma criança feliz, amada, respeitada. É uma ternura vê-la com o irmão. E é maravilhoso os momentos que temos as duas. Trata-me por mãe, porque efectivamente sou a mãe dela. Sou a mãe que a ama, que a educa, que se senta no chão da sala enquanto ela me puxa os cabelos enquanto me faz os penteados. Sou a mãe que a vai buscar à escola ao fim do dia e a quem ela mostra o seu desenho. (Hoje confesso-vos que me emocionei, que me desmanchei em lágrimas quando a educadora me mostrou o desenho... Lá estava ela e eu, as duas, naquele desenho que representou o céu para mim.) Não é fácil toda esta caminhada, sessões de psicologia, atenção redobrada, mas compensa.. O amor que tenho por ela é o mesmo que tenho pelo Pedro. É o mesmo amor que me faz levantar a meio da noite para ver se estão os dois a dormir quentinhos e se estão bem.
Esta é a história da minha vida e a do meu marido. É o nosso final feliz. E eu não podia ter mais orgulho nele, que sempre lutou sem nunca desistir dela. Não desistam dos vossos sonhos, amem muito os vossos filhos e sejam sempre felizes até nos momentos mais pequeninos.
Obrigada querida Catarina, pela oportunidade que me deste, de partilhar a nossa felicidade e por toda a tua amizade.








Podem participar enviando os vossos textos para catarina.mesquita.alves@gmail.com :)

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